Cidades circulares

 


O que as cidades estão fazendo para se tornarem mais circulares e, assim, sustentáveis, como recomenda o ODS 11 (cidades e comunidades sustentáveis)?

Foi para descobrir o que tem sido feito nesse sentido aqui em Portugal e na Europa que, no início desta semana, fui assistir à Conferência Cidades Circulares InC2. Realizada no último dia 24 de outubro, em Lisboa, o evento apresentou os resultados da primeira fase da Iniciativa Nacional Cidades Circulares (InC2), programa do governo português voltado para o desenvolvimento urbano sustentável.

Num período de quatro anos, a InC2 apoiou a implementação de quatro redes nacionais de cidades circulares, cada uma composta por oito municípios, de todas as regiões de Portugal. Na conferência, além dos resultados gerais do programa, foram apresentados três exemplos de boas práticas de cada rede, nos seguintes temas: Construção Urbana, Água, Alimentação e Resíduos.

Algumas cidades ainda estão dando os primeiros passos nessa jornada. Por isso, muitas das práticas mostradas são bastante básicas, já implementadas em diversos outros municípios portugueses, como a coleta seletiva de lixo em domicílio, inclusive de resíduos orgânicos.

Porém, outras me chamaram a atenção, como a criação de um “passaporte” para materiais retirados de obras de remodelação ou demolições (em especial aqueles com valor de patrimônio histórico). Assim, são identificados e enviados para um centro de reutilização, de onde podem ser destinados a outras construções. Ou o reaproveitamento das águas das piscinas municipais, que precisam ser renovadas constantemente, para usos não potáveis, como irrigação de jardins públicos.

Na área de resíduos, um destaque foi a abordagem de uma questão pouco mencionada nesse campo: o descarte dos produtos menstruais. E ele é bem relevante, considerando a quantidade de pessoas que lidam com menstruação no mundo diariamente. Um dos municípios envolvidos na InC2 desenvolveu um projeto específico para a redução no uso desses produtos que prevê a distribuição de kits menstruais com itens reutilizáveis (copos coletores, pensos/absorventes de uso múltiplo e outros), com foco em pessoas em situação de vulnerabilidade econômica. Com isso, aborda duas questões de uma vez só: a geração de resíduos e a pobreza menstrual.

Para conhecer a InC2 em detalhes e o que está sendo feito pelas quatro redes, vale a pena acessar o site da iniciativa, onde há muita informação sobre as práticas realizadas pelos municípios.



 

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